Dicas de Desempenho


O processo de dimensionamento requer várias operações de edição na rede. Este não é um processo simples e dependendo do tamanho da rede, pode ser bem demorado, ainda mais se não fizer uso racional programa. Muitas operações podem ser evitadas, por exemplo, a operação "minimizar a rede" no C3DRENESG4, consiste em colocar o menor diâmetro e menores cobrimentos possíveis na rede. Essa operação é relativamente rápida lá porque o mecanismo é muito simplificado em relação ao SOLIDOS, tudo é feito na memória, sem aplicar ao Model Space. Ainda assim, o programa não calcula nada até ter feito a alteração em toda a rede.

No SOLIDOS não tem o comando de minimizar, então para simular ele de maneira eficiente, observe as orientações abaixo:

  1. Prefira usar o comando SCALC para iniciar o dimensionamento ao invez da aba Dimensionamento
    A aba Dimensionamento foi pensada para facilitar pequenas edições na rede, pois qualquer alteração é automaticamente aplicada ao desenho.
    A tela do comando SCALC não aplica as alterações, até que você clique o botão OK. Assim, as alterações no Model Space só são aplicadas no final. Se você usa a aba Dimensionamento, o Model Space é modificado o tempo todo e este é um processo lento. Considere ainda que o SOLIDOS faz uso de labels e tabelas. Não há porque atualizar estes itens enquanto se está calculando uma rede. Isso também demanda poder de processamento
  2. Desligue o Cálculo Automático nos ajustes iniciais
    Após a rede ter sido lançada, ainda não temos certeza dos diâmetros, cobrimentos ou mesmo da declividade dos tubos. Não faz sentido permitir que o motor de cálculo esteja ligado no automático durante esta fase, pois vai calcular valores errados. Para acionar/desligar o cálculo automático, clique o ícone no rodapé da tela.
  3. Desligue o cálculo da escavação
    Durante o ajuste hidráulico, calcular a vala de escavação é desnecessário. Esse é um cálculo que consome muitos recursos do computador. Deixe para habilitar este cálculo só no final do projeto hidráulico, salvo situações onde há escavações de vala muito altas, caso onde pode justificar mudar os diâmetros, ou mesmo número de linhas num trecho. Desabilite a escavação de todos os dispositivos ao mesmo tempo clicando o botão no rodapé da tela
  4. Desligue o Zoom Automático
    Mais uma vez, é um recurso que neste momento é desnecessário. Cada linha selecionada na planilha força o Zoom no Model Space, o que as vezes requer uma operação de REGEN, que pode ser lenta. Use quando a rede estiver quase pronta, carecendo apenas de pequenos ajustes em degrau ou ressalto por exemplo, para desligar o zoom automático, clica o botão no rodapé da tela
  5. Desligar o preview
    Quando você seleciona muitos trechos ao mesmo tempo, o programa precisa desenhar eles todos no preview e isso toma tempo. No ajuste inicial, não precisa do preview, uma vez que sabemos o que será alterado antes de calcular. Clique o botão (,,) no topo da tela
  6. Minimize a rede: Aplique o menor diâmetro possível aos tubos
    Aqui é importante ter uma Lista de Materiais bem definida, com os diâmetros comerciais listados e com suas características físicas dos dispositivos preenchidas: Coeficiente de Manning, Largura da Vala, Declividade do Talude, etc além as dimensões.
    Apesar de ser possível alterar diâmetro diretamente na categoria das propriedades da seção, evite fazer isso. Prefira sempre a propriedade Objeto / Seção, pois ao trocar a seção por esta propriedade, garantimos que trocamos não apenas o diâmetro, mas também as regras, estilos, além do layer, dimensões e características das valas que são escavadas
  7. Setar o cobrimento inicial igual ao cobrimento mínimo em todos os tubos ao mesmo tempo
    É comum adotar um cobrimento mínimo em função dos tubos disponíveis para o projeto. Você pode fazer isso na planilha, selecionando todos os tubos ao mesmo tempo e mudando o valor no quadro de propriedades:

    Observe que os tubos possuem cobrimento inicial e final, além de ter o valor máximo e mínimos calculados após a edição destes valores. Lembre de desligar o preview antes
  8. Setar o cobrimento final igual ao cobrimento mínimo
    Assim você garante que a maior parte da rede tenha uma escavação de vala minimizada, claro, podem existir tubos contra o fluxo e neste caso,
  9. Setar a declividade mínima
    Definir o cobrimento inicial e final pode fazer alguns tubos ficarem com declividade inferior a declividade mínima adotada. Em redes de gravidade isso é um problema, então selecione os tubos cuja declividade for baixa e aplique o valor mínimo
  10. Ignore os dispositivos pontuais que mostram erro
    Durante o processo de ajuste de cobrimento e declividade, é normal que alguns dispositivos pontuais (poço de visita, boca de lobo, caixa de ligação) não possam ser modelados. Em geral, isso ocorre por conta de elevações absurdas nos tubos, como por exemplo, elevação do tubo acima da elevação da tampa. Esses erros serão corrigidos ao seu tempo, quando os tubos respeitarem cobrimento e declividade
  11. Cálculo preliminar da rede
    Perceba que até agora, não nos preocupamos com os dispositivos pontuais. Não se preocupe com degrau ou ressalto por enquanto, eles serão ajustados em seguida
    Primeiro é necessário garantir que a "menor rede", ou "rede menos cara", atenda o escoamento com diâmetros, cobrimentos e declividades mínimas. Use o botão Análise de vazões no topo da tela para escolher um par diâmetro/declividade que se encaixe nos requisitos de lâmina e velocidade:


    Assim você ganha tempo em vez de "experimentar" cada variação possível manualmente. Observe que redes de drenagem costumam ter muitos trechos de ligação entre boca de lobo e poço de visita. No geral, a declividade de 0.5% pode causar velocidades de escoamento baixas. Então observe qual declividade mínima resulta em velocidade aceitável e adote-a. Procure modificar a maior quantidade de tubos possível, mesmo sabendo que o cálculo está desatualizado neste ponto, é mais rápido do que ajustar um tubo e calcular tudo a cada ajuste
  12. Validar as velocidades, isso mostrará quais tubos devem aumentar a declividade
    Após ter ajustado as declividades mínimas, force o cálculo da rede, clicando o botão Recalcular no topo da tela. Neste momento, você irá verificar as velocidades de escoamento. Com isso já pode decidir se aumenta da declividade, ou aumenta o diâmetro. Use as regras para isso:

  13. Agora, que a rede está quase funcionando hidraulicamente, defina as alturas das bocas de lobo para o menor tamanho possível
    Note, para isso funcionar, você tem de ter criado um modelador minimamente esperto. O que isso quer dizer: Ele tem de conseguir interpretar as elevações dos tubos, a fim de limitar a elevação do fundo da caixa.
    Se você usa as bocas de lobo que disponibilizo no plugin, deve ter percebido no fluxograma uma caixinha escrito "Processa Altura":


    Estude o fluxograma e você perceberá que, mesmo que o usuário coloque Altura=0.1m, o programa irá mudar para, digamos, 1.5m, pois existe um tubo (com cobrimento mínimo) que a limita na altura mínima
  14. Corrigir a altura do corpo dos poços de visita para o valor mínimo
    Assim como as bocas de lobo, o poço de visita também verifica os tubos conectados e ele ainda pode forçar o tamanho da chaminé, dependendo das elevações máximas e mínimas dos tubos conectados. Observe que este comportamento precisa ser definido no modelador, assim como nas bocas de lobo. Note que o corpo (ou balão) do poço de visita não é a altura total, pois precisamos levar em conta a chaminé (ou pescoço)
  15. Durante o processo, os tubos passarão a ter ressalto ou degrau diferente de zero
    Dependendo do projeto, exige-se um ressalto mínimo, afim de formar uma caixa de acumulação de areia no poço de visita:

    Outros projetos podem dispensar ou até proíbem essa caixa de acumulação. O degrau pode ter uma altura excessiva, é ideal ter regras validando esses itens
  16. Mudar o ressalto ou degrau, neste contexto, altera a declividade, o que altera o cálculo hidráulico
    No modelador do tubo, o que acontece quando se altera degrau ou ressalto? Observe:


    Este é o fluxograma que altera a elevação do ponto final do tubo (EndPoint) em função da elevação do degrau, profundidade da jusante, cobrimento final, elevação da geratriz inferior, elevação da geratriz superior, etc. Então tenha em mente que é necessário estudar os dispositivos que serão usados, antes de colocar eles na rede, por isso neste roteiro sugerimos alterar as elevações inicial e final do tubo em função do cobrimento e não pelo ressalto/degrau e também por isso, sugerimos alterar as alturas das bocas de lobo e poços de visita após ter ajustado cobrimento e declividade
  17. Finalização