Você já deu uma olhada no projeto de emenda do Álbum de projetos tipo do DNIT, IPR 736?
Não? Então segue o link.
Uma das coisas que chamou a atenção, foi o tubo de concreto. Agora, aparece uma tabela imensa, descrevendo a classe de armadura do tubo a adotar em função de:
- Tipo do berço de assentamento: Brita ou Concreto
- Altura do aterro sobre o tubo, 1 a 8,5 m
- Densidade do solo do aterro
- Condição de construção: vala escavada, ou corpo de aterro
- Diâmetro (0,60 a 1,50m)
Observe como está proposto:
Agora, observando a norma de tubos de concreto: ABNT NBR 8890 – Tubo de concreto de seção circular para água pluvial e esgoto sanitário ― Requisitos e métodos de ensaios, vemos que para cada classe de armadura, o tubo terá uma espessura mínima de parede:
Muito bem, no seu projeto em BIM (quem inventou essa expressão???) *APENAS* estar em 3D não significa que é um BIM BEM BOM (esta sim é uma expressão bacanuda!!!), não acha?
Porque você vai mostrar no seu IFC que tem o tubo tem a classe correta (a saber: IfcPipeSegment, com o PredefinedType=CULVERT) mas também terá de dizer a classe de armadura (PA1, PA2, PA3, PA4, ESP) em função das características do seu projeto (a tabela do início do post)
Já parou pra pensar como gerenciar isso no seu projeto e colocar tais informações na especificação de compra, ou ainda no PropertySet do tubo, para que o projeto faça sentido lá na frente?
Agora, pensando na hora do projeto (afinal, é nessa hora que a gente realmente se perde…), dá para pensar em todas essas informações? Sim, dá.
Já pensou, ter um catálogo que tenha as dimensões indicadas na IPR 736, que tenha a armadura em função da carga sobre o tubo e ainda ter a geometria correta dele?
Vamos considerar esta imagem:
Todos os pontos que levantei acima foram considerados e mais: ele tem o berço de assentamento, que pode ter “dentes” ou não. Segundo o IPR 736, se a declividade é superior a 4%, o berço deve ter dentes de ancoragem a cada 5 metros.
Se nosso tubo tem um aterro de 1 metro ou 8,5 metros, a classe de armadura muda. A espessura da parede muda.
E nem estou falando do dimensionamento hidráulico:
Nesta imagem, a seção hidráulica é um “simples” círculo. No SOLIDOS, você informa a seção graficamente, ou seja, pode ter qualquer forma.
Ah, claro, não mudaram apenas o tubo nesta emenda, mas também as bocas de bueiro de ala reta e de ala aberta e também as caixas coletoras.
Aliás, as bocas admitem esconsidade. Seu modelo (PartBuilder, cof, cof, cof, ah você fez blocos 3D, pra tudo, OK) faz isso?
Não cheguei a verificar se as medidas em relação ao álbum de 2018 mudaram, mas a nomenclatura mudou. Na emenda 2, mudaram as valetas de proteção codificando o nome do dispositivo às suas dimensões. Mas aqui, meio que pisaram na bola. Você sempre terá de buscar essa tabela para saber o que é uma BEAA 10 por exemplo…. Custava usar “BTTC 120” ? Enfim.
Quanto às caixas de captação:
Nomearam em função da geometria. Bom.
Uma coisa que as vezes pega, é que o álbum não prevê ligação de galeria dupla ou tripla neste tipo de caixa. Até entendo, mas sempre tem aquele usuário que quer fazer isso e em geral, ele tem motivos plausíveis para faze-lo. No SOLIDOS, você recebe estes dispositivos com as medidas dessas tabelas já aplicadas, mas se necessário, pode editar. Basta “destravar” as medidas, informando no campo “Código do Catálogo” que é do tipo “Custom”, assim, poderá editar as medidas.